Por que é importante a proatividade no design instrucional?

Cíntia

A proatividade na área de design instrucional é uma competência que pode fazer toda a diferença em um projeto a distância, sabe por quê?  Se colocar no lugar do estudante e estar um passo a frente dos desafios que podem surgir em um curso online. Isso vai ajudar a prever antecipadamente o que pode ou não dar certo, ou melhor ainda, o que pode fazer sentido para o cursista ou o que pode atrapalhar o aprendizado dele.

Como o material vai ficar quando estiver diagramado e pronto? Quais os recursos de interação vão funcionar ou não? Será didático para a faixa etária e as características daquele estudante? Ele vai entender o que se diz aqui ou ali?

Planejar e prever 

Estas são algumas perguntas que o designer instrucional (DI) deve fazer no momento do planejamento do seu trabalho. Ou seja, o designer instrucional precisa já prever todas essas situações e outras que podem ocorrer. Além disso, deve pensar em estratégias, que possam solucionar os problemas e desafios. Desafios esses que poderão surgir ao longo do caminho da elaboração do material didático, como também no decorrer da aprendizagem do cursista.

É preciso antever os problemas que podem ocorrer. Entre eles temos: a conectividade, ficar atento à idade do público-alvo e características específicas do perfil dos estudantes, assim como, o tipo de dispositivo que ele irá acessar o curso e se o material está acessível para determinados perfis, como surdos, mudos, cegos, além de outros, só para citar alguns exemplos.

Proatividade está em falta? 

Um dos requisitos solicitados em diversas vagas de trabalho é ser proativo. No entanto, não é tão fácil entender o que se espera. Acomodação, procrastinação, resistência ao novo, ausência de foco e desmotivação são os piores inimigos da proatividade.

Mas por que é difícil ser proativo? Talvez porque, por muito tempo, o meio profissional foi feito de tarefas para serem executadas sem se refletir muito sobre elas. No entanto, em projetos de cursos online, essa realidade precisa mudar.

Designers instrucionais experientes

Em situação oposta, quando encontramos designer instrucionais experientes, o trabalho flui de uma forma que ele consegue prever os problemas que poderão surgir lá na frente e já direcionar para a solução ideal. Muitas vezes, isso pode levar até mesmo em mudar o rumo do projeto.

Percebe-se, portanto, que uma equipe é proativa quando desafios ou dúvidas são colocadas antes que o projeto (ou curso) esteja em execução final. Ou seja, todas as informações que podem impactar lá na frente são levantadas na fase de planejamento do curso (ou projeto), em que é realizada a análise do conteúdo. Dessa forma, evitamos o retrabalho e, consequentemente, o atraso do projeto.

Dicas para um DI proativo:

  • Ler todo o material de apoio, proposta metodológica e informações disponíveis sobre o projeto antes de começar;
  • Se não entendeu algo, pergunte para não ter que refazer depois;
  • Se você não tem domínio sobre a área de conhecimento do material que está analisando, pesquise, leia sobre o assunto para poder estabelecer as melhores estratégias de aprendizagem;
  • Insira exemplos práticos e cases, mesmo que o conteudista não o fez, pois isso vai ajudar o estudante a entender melhor o assunto;
  • Se percebeu algo errado, comente com o coordenador de projetos;
  • Se acredita que pode dar uma solução melhor para um recurso ou material, não fique intimidado, fale!

Então, respondendo à pergunta do título deste post: Por que é importante a proatividade no design instrucional? A resposta que fica é: por meio da proatividade é que se tem soluções e estratégias didáticas com a finalidade de deixar o material mais compreensivo possível para o aluno que estuda à distância.

Sobre a autora

Cíntia Costa

Coordenadora de Projetos e Designer Educacional da Designa. Mestra em Educação pela UFSC, especialista em Planejamento, Gestão e  Implementação na Educação a Distância e docente.  Atua desde 2012 desenvolvendo recursos didáticos, capacitando e coordenando projetos e equipes, tanto no meio corporativo quanto acadêmico.